Duplo desejo
Por que temos tanta necessidade de segurança? e ao mesmo tempo um anseio tão grande de se arriscar?
Queremos fazer ou realizar tantas coisas, mas, temos medo! jogamos ancora neste terreno que chamamos de segurança. Porém com um custo. Talvez seja um sonho, um projeto ou mesmo um prazer (hobby). E agora estou ancorado, firme e decidido a permanecer, mas, flertando com aquilo poderia ter sido. Se nos agarramos tão desesperadamente nesta fortaleza, por que a alma se inflama na simples imaginação de uma expedição além das muralhas?
Como pode existir dois desejos totalmente contraditórios ao mesmo tempo?
Por que tenho medo de dá um passo, mas, me sinto frustrado por não o dar?
Não que exista algo errado em ficar ou em ir, apenas, parece que na verdade são dois seres habitando um mesmo corpo.
Agora, talvez, seja essa contradição que torne as coisas tão especiais! O seu corpo gritando e lhe dando um tremendo frio na barriga, quem sabe, superá-lo é que torna o ato prazeroso. Se não houvesse essa luta, será que sentiríamos que algo tenha valido a pena? Seria uma aventura adentrarmos em lugares inexplorados se não houvesse nenhuma excitação? Se não houvesse um frio na barriga, arrepios, calafrios, medo, temor, terror ou a mais variada emoção de negação, haveria motivo de vangloria?
Olhando para essa ambiguidade de emoções, pode ser que a função desta não seja de nos prender, ou limitar, mas, pode ser que, apenas nos movemos por causa dela. Quem sabe, só por que há essa luta é que temos o desejo de realizar. Talvez o não temer fosse totalmente paralisante. Não seria um desafio. Aquiles e Heitor deixariam de ser heróis. Davi seria apenas um jovem comum. Não teria nenhum louvor a coragem. A vida talvez fosse um quadro sem cor.
Agora eu olho diferente para o meu “companheiro de quarto”, a vida não seria muito divertida sem ele, não é mesmo?
Claudenilson
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