Palanque Cristão ?

Daqui uma semana teremos novas segundo turno das eleições, o país está agitado. Onde quer que se vá há um único assunto. Mas o que mais me importuna nessas épocas é a quantidade de políticos que de repente se tornam cristãos, a quantidade de cultos que se transformam em campanhas e a quantidade de messias que aparecem. 

Não irei nem entrar no mérito de se trocar um culto a Deus por um discurso político, esperando que vocês também já abominem essa prática. Mas toda vez que vejo algum político em um culto me vem à cabeça a história de um homem que viria muito a calhar em nossa situação, o nome dele é Ambrósio. 

Hoje desejo apenas uma curta reflexão. Então não irei expor a vida de Ambrósio e a forma peculiar no qual ele se tornou bispo. Mas a coragem e posicionamento firme desde santo homem. 

Em primeiro lugar, neste período os imperadores eram apoiadores da heresia no arianismo e este foi o primeiro ponto de conflito com nosso amigo bispo. A imperatriz Justina apesar de sua dívida (fato interessante, mas, história pra outra hora) com Ambrósio. Queria obrigar-lhe a entregar uma basílica para que se fosse realizado um culto ariano. Chegou até a ficar sitiado na sua igreja por tropas imperais os quais venceu com sua igreja cantando.  

Este homem não vendeu sua doutrina, mesmo em risco de morte, mesmo que não fosse ele quem realizaria tal culto. Agora o fato que realmente me faz comparar com nossos dias é quando o imperador Teodósio resolve ir à igreja. 

Algum tempo antes houve no império um levante popular, Ambrósio tinha aconselhado o imperador a ser moderado, porém, usou de artimanha e fez correr a notícia que perdoaria a cidade, os cidadãos cheios de alegria foram comemorar no circo da cidade quando foram então atacados pelas tropas e sete mil pessoas foram mortas. 

Ao saber disso Ambrósio exigiu um arrependimento público do imperador (ousado este nosso amigo), mas, Teodósio simplesmente apareceu lá para entrar e participar do culto. Foi então que Ambrósio o enfrentou na porta e, impedindo-o de entrar com os braços esticados disse: “Detém-te! Um homem como tu, manchado de pecado, com as mãos banhadas em sangue de injustiça, é indigno, até que te arrependas, de entrar neste recinto sagrado e de participar da ceia”. Apesar do aparente final provável o improvável acontece e o imperador dá sinais públicos de arrependimento. 

Eu imagino como seria hoje, se cada político tivesse que publicamente confessar seus pecados, antes de entrar em uma igreja. O que a história tem pra mim é que a igreja é um lugar de pecadores arrependidos cultuando a Deus, e isto não é negociável, nem por favores políticos e nem por risco de morte. No culto não é ouvido a voz de candidato e sim a do Incriado. É Deus falando com seu povo. 


Claudenilson Rodrigues de Souza

 

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